sexta-feira, 4 de abril de 2014

O blog A garota do livro publicou comentários sobre meus livros e, também, uma entrevista com a autora que vos fala. Para facilitar, reproduzo o pingue-pongue abaixo. Boa leitura!

Com quantos anos você começou a pensar em publicar?
A vontade de publicar um livro sempre existiu. Mas só em meados de 2009 (com 32 anos, portanto) tive condições de transformar esse sonho em realidade. Foi quando reuni o material que viria a compor Histórias mínimas, publicado em abril de 2010. E, também, quando tive condições financeiras de bancar a publicação.

De onde vem tanta inspiração?
De diversos "lugares", eu diria. Primeiro, de muita leitura; segundo, de acontecimentos do cotidiano; terceiro, da minha sensibilidade; e, quarto, da minha coragem para enfrentar as duras verdades existenciais da condição humana. Em Azul inalcançável, penso, é onde tudo isto se revela de forma mais clara. Nele, volto meu olhar para aspectos sutis do cotidiano: as contradições nossas de cada dia, as dificuldades que encontramos para nos comunicar, as dúvidas que muitas vezes povoam nossas almas e os medos que nos impedem de tomar atitudes capazes de mudar destinos.

Sua família deu apoio?
Sim, total. Família e amigos. Foi uma "festa" quando anunciei que publicaria um livro! Mas a pessoa que ficaria mais feliz, meu pai Jair Gramacho Filho, infelizmente não pôde vivenciar essa alegria. Ele, que era professor de literatura e foi meu mentor intelectual, faleceu há oito anos.

Tem algo que você gostaria de ter posto no livro, mas teve vergonha?
Com certeza! A versão do conto "Criaturas raras" que consta de Histórias mínimas foi editada. A versão original é bem mais erótica. E olha que esta que está no livro já transborda erotismo...

De qual parte e de qual livro você mais gosta?
Gosto dos três igualmente. Dizem que Azul inalcançável, lançado ano passado, é bem diferente dos meus dois títulos anteriores (Histórias mínimas, de 2010, e Sobre medos e flores, de 2011). Não sei. Prefiro acreditar que os três "conversam" entre si e revelam muito de mim. O primeiro, uma mulher intensa, que vive suas experiências com honestidade; o segundo, uma observadora do cotidiano, de olhos atentos; e o terceiro, alguém que possui mais perguntas que respostas.

Há 10 anos você imaginava sua vida assim?
Na verdade, não. Tinha outros planos, mas a vida me levou por outro caminho.

E daqui a 10 anos como você imagina sua vida?
Prefiro não imaginar. Algumas mudanças começam a se delinear, mas prefiro deixar acontecer. Só peço a Deus saúde. Em termos de literatura, espero publicar alguns livrinhos mais... Agora, já trabalho no quarto título, que será de poemas e deve sair em 2015.

Quais seus autores e obras prediletas?
São tantos! Mas vamos lá: Albert Camus, Franz Kafka, Milan Kundera, Daniil Kharms, Charles Bukowski, Ian McEwan, Mario Benedetti, Juan Ramón Jiménez, Pedro Juan Gutiérrez, Dalton Trevisan, Caio F. Abreu, Raduan Nassar, Adonias Filho, Marguerite Duras, Hilda Hilst, Clarice Lispector; Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Paulo Leminski... São nomes que você vai encontrar na minha biblioteca.

Último livro lido?
O africano, de Jean-Marie Gustave Le Clézio.

Se fosse um personagem, qual você desejaria ser e qual época desejaria viver?
Tenho uma especial simpatia pela personagem Sabina, de A insustentável leveza do ser (Milan Kundera). Compartilho de muitos dos conflitos internos dela, das dúvidas, e também vejo semelhança na forma com que ela se relaciona com o amor, o sexo, o compromisso. Quanto à época, acho os anos 50 e 60 bem interessantes.